Esta carta foi publicada no domingo do dia 25 de setembro de 2005. Um ano em que dedicava grande parte do meu tempo a leitura, era sagrado, nos finais de semana minha presença nos cafés e bares da cidade, onde entre uma bebida e outra eu lia as noticias do mundo, muita se falava na dificuldade que a sociedade vinha vivendo. e em Portugal não era diferente, depois da Euro 2004 em que Portugal não foi Campeão perdendo o jogo da final para a Grécia por 1x0 as coisas começaram a cair, havia pouco trabalho, pois as estações de metro, hotéis, estádios, condomínios habitacionais e estradas já estavam construídos começamos a viver uma crise que se arrastaria por muitos anos, a mais de 10 anos estou vivendo no Brasil novamente e acredito que por lá ainda restam pessoas que reclamam das condições de vida, alias, as pessoas estão sempre reclamando.
As tragédias deste nosso mundo
Como
a fome pode atingir milhões de pessoas no mundo? Quando há no planeta comida em
quantidade suficiente para acabar com a fome nos países mais desprovidos.
Como
o analfabetismo mantém os seus números sempre elevados? Quando é do
conhecimento de todos os governantes que a educação é a solução de muitos
problemas sociais.
Como
a violência consegue continuar a crescer? Quando os esforços para melhorar a
segurança são prioritários e a paz no mundo uma busca comum entre todas as
nações.
Como
o racismo e o preconceito encontram espaço no nosso meio? Sendo todos os seres
humanos iguais aos olhos de Deus e da sociedade.
Como
o ódio e a discórdia conseguem destruir uma família? Sendo a família o maior símbolo
do amor neste mundo e os filhos o bem mais precioso que podemos ter na vida.
Milhões
de toneladas de comida e medicamentos são deitados fora todos os anos por
perderem a validade nos depósitos e armazéns do mundo inteiro. Tudo para que?
Para manter a economia em alta? Onde fica a necessidade das pessoas?
Onde
vai parar o respeito para com o próximo? E o direito à vida?
E
admirável a forma como é escrita a constituição, os planos de governo e as
reformas que deveriam fazer a diferença. Mas por outro lado os resultados só
provam que, o que está escrito não é para todos.
A
incompetência, daqueles que buscam nas palavras desculpas e explicação para
tudo, é visível. Mas não devemos nos preocupar, pois, a solução para os
problemas do país irão voltar a aparecer nas palavras e promessas ano após ano,
governo após governo.
Carta
Premiada, Ricardo Ferreira Barbosa, Lisboa.
Caro
Leitor
Esta
sua carta aborda várias questões que a todos deveriam preocupar. Coloca preto
no branco problemas que muitas vezes nos limitamos a dizer nas entrelinhas. Diz
alto e bom som coisas que muitos apenas dizem em voz baixa. Mas nestas coisas,
como aliás em muitas outras, não basta apenas falar. Porque, como diz aquele
famoso anúncio do “Montepio Geral”, muitas vezes falamos, falamos, falamos, mas
não fazemos nada. Por isso é preciso agir. E não pensar que os governos, os políticos
têm a solução para todos os males. Porque muitas vezes bastam pequenas coisas
para mudar as mentalidades.
Um
abraço
Jorge
Araújo (Escritor e Redator)
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