sábado, 28 de janeiro de 2017

Pierluigi Piazzi - Aula dada, aula estudada, hoje.

O Professor Pierluigi Piazzi ou simplesmente professor Pier como gostava de ser chamado foi uma das mentes brilhantes do nosso país, nascido na Itália precisamente em Bologna em 29 de janeiro de 1943 em meio a Segunda Guerra Mundial, veio para o Brasil com sua família no final de 1954, ainda menino com 11 anos de idade. Cursou Química Industrial na escola técnica Oswaldo Cruz (SP), o curso naquela época fica uns pontos acima de uma faculdade de Engenharia nos tempos de hoje, após o curso trabalhou em diversas áreas, em Goiás como Químico, motorista de caminhão e tratorista ao regressar para São Paulo trabalhou num laboratório de pesquisas avançadas da SANBRA, no processo de admissão em 1967 obteve na medição um QI de 132.
Começou a cursar computação na Faculdade de Higiene da USP e depois começou a cursar Física no Mackenzie, passando para USP no segundo ano do curso. Logo após inicio sua trajetória dando aulas em cursinhos preparatórios, a principio no própria Oswaldo Cruz em seguida em um cursinho em Campinas que preparava os alunos para medicina foi então que a pedido de alguns alunos começou a dar aulas de nível mental, nessa época percebeu que era possível ensinar a inteligência, diferente daquilo que muitos pensam ate os dias de hoje, que nascemos inteligentes. Prova viva de suas teorias, quando veio a se ingressar na MENSA (Sociedade que reúne pessoas de QI situado nos 2% superiores) em 1980 o seu QI havia subido para 184.
A partir dessa ideia desenvolveu técnicas que revolucionaram os estudos e mudou a vida de milhares de pessoas, infelizmente o professor Pier veio a falecer na madrugada do dia 22 de março de 2015, vitima de complicações decorrentes de um câncer, deixando para nós um legado inestimável em seus livros: Estimulando Inteligência, Ensinando Inteligência, Aprendendo Inteligência e Inteligência em Concursos, além de inúmeras palestras, entrevistas e bate papos que podemos encontrar com muita facilidade no youtube.
Foi numa manhã de julho de 2015 que por acaso encontrei no youtube um vídeo de uma das palestras do professor Pier, o tema era pouco comum mas muito interessante, “Aprenda a estimular a Inteligência”, foi então que parei para ouvir e em poucos minutos já estava tomado pelas palavras do professor, encontrei razão nas suas palavras e gostaria de saber mais, passei a ver outros vídeos e encontrei um de seus livros num sebo que frequento em minha cidade e pensei tenho que conhecer esse homem quando pesquisei na internet poucos dias depois de conhecer o seu trabalho descobri que ele já havia falecido, mesmo sem conhece-lo já havia me apaixonado por seu trabalho e o sentimento que tive no momento foi de uma grande perda, mas feliz por tê-lo conhecido através do seu trabalho passei a seguir seus ensinamentos e meditar nas suas palavras, baixei seus vídeos e assisti com minha esposa e durante todo o tempo eu pude perceber o quanto aquelas palavras estavam sendo importantes para ela, minha esposa não faz faculdade e nem tem interesse em voltar a estudar mas é uma mãe dedicada e que busca o melhor para nossos filhos e aquela palestra estava mudando um pouco sua vida.
O que mais me surpreendeu nos seus ensinamentos além de realmente aprender foi o quanto minha vida melhorou de uma forma geral, no trabalho, em casa com a família, junto aos meus amigos e principalmente na organização das minhas ideias e no planejamento da minha vida. A paciência e a persistência são fundamentais não apenas nos estudos e no trabalho, mas na vida de um modo geral, o todas as pessoas buscam e o mesmo, praticidade, conforto, tranquilidade entre outras coisas uma vida melhor, e para obter tudo isso só existe um caminho e quando optamos por esse caminho duas coisas são certas muito esforço e muitas dificuldades, se você não se esforça e não encontra dificuldades tenha certeza que esta no caminho errado. Algo que passou em minha vida que posso compartilhar com vocês foi o ingresso na faculdade, sem dinheiro para pagar uma faculdade e na época sem condições de me ingressar numa federal encontrei no Enem uma possibilidade comecei a fazer as provas em 2009 e somente em 2013 consegui a bolsa que desejava e hoje tenho minha graduação.
Em seus ensinamentos o professor Pier afirma que o cérebro é capaz de se tornar cada vez mais inteligente, desenvolvendo cada vez mais habilidades e conhecimentos. Porém o processo e lento e nada no mundo pode acelerá-lo. Não existe uma formula magica para desenvolver a inteligência, o ideal e que você tenha um plano de estudos e que o coloque em prática, porque o conhecimento e a inteligência são construídos aos poucos todos os dias. O professor Pier alerta também que estudo não e uma questão de quantidade, mas de qualidade, você não deve estudar mais, deve estudar melhor. Muitas pessoas passam 12 horas por dias ou ate mais estudando, as vezes com um ou mais amigos do lado, as vezes com a televisão ligada, ou mesmo estudando cansado sem absorver o que esta estudando ou mesmo sem a concentração necessária no que esta fazendo, pensando na namorado ou no que vai fazer no final de semana, viva os seus dias sem se preocupar com as ocupações do amanhã para aproveitarmos melhor o tempo e a vida que temos, nos alimentando e descansando o quanto nosso corpo precisa para que nada falte em momento algum.
Independente de nossas escolhas o tempo não para a vida segue e envelhecemos numa velocidade muito grande, quando recordamos do passado tudo parece ter acontecido ontem, vemos nossos filhos crescerem e começarem a trilhar caminhos parecidos com os nossos e recordamos de quando éramos pequenos e tínhamos uma visão tão fechado do mundo onde pequenos problemas e preocupações ate insignificantes nos tomavam por completo naquele universo só nosso e hoje por vezes olhamos para nossos filhos com saudade, mas por instantes nos vemos neles e desejamos que o caminhar deles seja menos pesado que o nosso e que eles encontrem menos pedras no caminho, damos a eles as coisas sem perceber que ao mesmo tempo estamos tirando deles uma grande oportunidade a de viver por si só e aprender assim como nos aprendemos, é importante que estejamos sempre ao lado de nossos filhos os apoiando e ajudando no naquilo que for necessário mas também cabe a nos permitirmos que vençam seus desafios por si mesmos e que tenham que se esforçar desde pequenos para que num futuro não escolham sempre o caminho mais fácil.


Ricardo Ferreira Barbosa

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Pensamentos

" As transformações políticas não são questões de novas ideias, são questões de novos afetos. Não são as novas ideias que produzem grandes transformações, são nossos afetos que produzem grandes ideias."


Vladimir Safatle - Filósofo e Professor
Café Filosófico - A lógica do Condomínio

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Aposentadoria, o que esperar do Brasil?

Aposentadoria! O que esperar do Brasil?



A previdência social da forma que a conhecemos surgiu na Alemanha no ano de 1883, no governo do chanceler Otto Von Bismarck. O sistema foi implantado gradativamente, em 1883 a lei do seguro-doença custeada pelo empregador, empregado e estado, em 1884 a lei do acidente de trabalho e em 1889 a lei do seguro invalidez e idade. A Encíclica “Rerum Novarum” do Papa Leão XIII, em 1891, analisa a situação dos pobres e trabalhadores nos países industrializados, estabelecendo um conjunto de princípios orientadores para operários e patrões. Na Inglaterra seguia a tendência e promulgou em 1897 o “Workman’s Compensation Act”, constituindo seguro obrigatório contra acidente de trabalho. O México inaugura, então, uma nova fase, denominada de constitucionalismo social, em que os países começaram a tratar em suas constituições de direitos sociais, trabalhistas e econômicos, incluindo-se, não obstante, os Direitos previdenciários. A constituição mexicana consolidou-se pioneira desta nova fase em 1917, seguida no ano seguinte da constituição Soviética de 1918 que tratava de Direitos previdenciários. Os Estados Unidos, com a influência do New Deal (Wellfare State), teve, por seu congresso, aprovado o Social Security Act, amparando idosos e instituindo o auxilio-desemprego. O Período de universalização da previdência se deu no período de expansão geográfica, tendo como seu ápice o Tratado de Versalhes de 1919, que criou a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Na Segunda Guerra Mundial se deu inicio ao período de consolidação da Previdência Social, na medida em que havia a necessidade de reconstruir os países envolvidos no conflito e de assegurar-se o mínimo de bem estar social.
No Brasil  o Decreto legislativo nº 4.682 do dia 24 de janeiro de 1923, conhecido como Lei Eloy Chaves, (Por essa razão nesse dia comemoramos o dia da previdência social) foi a primeira norma a instituir no Brasil a Previdência Social. Que criou caixa de aposentadoria e pensões para os funcionários do setor ferroviário em todo o nacional, muito pela importância que o setor tinha naquela época e para apaziguar as manifestações dos trabalhadores, e previa uma aposentadoria por invalidez, pensão por morte e assistência medica. Desta data ate hoje a constituição vem passando por reformas em todos os âmbitos se ajustando ao molde e às necessidades do cidadão brasileiro. A Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) de 1960 unificou a legislação previdenciária entre todos os institutos previdenciários, nessa época o Brasil foi considerado o país de maior proteção previdenciária, havia 17 benefícios obrigatórios e estendeu a área de assistência social a outras categorias profissionais.  Na constituição de 1988 ocorreram mudanças nos valores e no alcance da proteção social no Brasil, o sistema passou a ser regido pelo principio da universalidade da cobertura e do atendimento, a proteção deixou de ser exclusiva aos trabalhadores e passou a valer para todos os integrantes da sociedade brasileira, surgindo o segurado facultativo em que toda pessoa maior de 16 anos independentemente de estar exercendo uma atividade remunerada, por meio de sua vontade, se vincula a Previdência Social.

Muitos argumentam que se o dinheiro arrecadado não tivesse sido aplicado em outros setores do governo, o rombo não existiria. Outros dizem que a inclusão dos trabalhadores rurais, cuja maioria nunca contribuiu, aumentou esse rombo, e além do mais a Previdência Social ao longo da sua existência vem sendo alvo contínuo de políticos corruptos e de má administração, e a própria população em uma grande parte vem usufruindo de forma indevida deste benefício, como recebendo aposentadoria no lugar de pessoas falecidas, encostados pelo estado mas com plenas condições de trabalhar, pessoas que se dizem invalidas, sem contar os casos de roubo que são infinitos ao longo da história da previdência, um dos mais famosos foi o da advogada Georgina de Freitas, presa em 1998, somente ela e seu grupo roubaram mais de 800 milhões dos cofres públicos, dinheiro esse destinado aos aposentados. O Brasil passa por um momento difícil e delicado, onde duras medidas são colocadas como único meio de evitar o pior, a pergunta e: quem é o responsável? Nós adotamos o “jeitinho brasileiro” e a “Malandragem” como meio de vida, não apreciamos a honestidade e muito menos respeitamos o próximo. E os exemplos que damos aos nossos filhos ao longo da vida, esta muito acima da educação que propomos e esperamos que eles tenham, e continuamos falando uma coisa e fazendo outra. 68% dos brasileiros não planejam e nem se preparam para a aposentadoria, são em momentos de crise que repensamos nossas vidas, as mudanças virão, de uma forma ou de outra, para o bem ou para o mal, o amanhã não será como o hoje, assim como hoje não esta sendo como o ontem, as janelas do mundo estão abertas e podemos aprender com o mundo, observando outros países vivem hoje o que podemos estar vivendo amanhã. Pense, a educação é o melhor caminho. Tudo que estamos vivendo hoje e muito recente, o que são 100, diante, dos milhões de anos que habitamos esse planeta? Nada. E é isso que o governo tem a oferecer o povo brasileiro, nada. Planejar o Brasil de amanhã, é pensar na educação moral de nossos filhos hoje.

Ricardo Ferreira Barbosa



sábado, 26 de novembro de 2016

O companheiro que mata

Esta carta foi escreta numa semana de muitas recordações e publicada no domingo do dia 16 de outubro de 2005, na época grande parte dos meus amigos e companheiros de trabalho fumavam, e todos eram leitores assíduos do jornal, principalmente aos domingos, quando estavam de folga e passavam mais tempo com a família e nas manhãs sempre iam para os bares e cafés para ler e falar da semana. Três deles deixaram de fumar depois de lerem esse carta, pensaram nos filhos e nas esposas e por último em si mesmos e na dor que esse habito poderia trazer à família.
Somos egoístas e esta na nossa natureza, pensamos unicamente em nos, apesar de declararmos em alto e bom som que somos pessoas amorosas e respeitosas, mas na verdade todo esse amor e respeito que declaramos aos outros não passa de amor próprio, porque o que demonstramos durante nossa vida e que pouco importa o mal que nossas escolhas possam trazer aos outros, e desta forma é com todo e qualquer vicio, seja ele em bebidas, em jogos e por incrível que parece até no trabalho.
Hoje estamos enfrentando todos esses males e ainda por cima o problema de não termos o controle de nossas vontades, todos somos controlados aos nossos próprios olhares e entendimentos, mas no fundo nos tornamos cada vez mais dependentes do que deveria nos auxiliar nas tarefas e na organização de nossas vidas, um grande exemplo que temos são os celulares, não o deixamos por nada, certa vez ouvi um rapaz dizendo que compraria um celular a prova de água para poder não se separar do aparelho na hora do banho, pois o mesmo já esta na hora das refeições, no trabalho, na escola e ate mesmo antes de dormir, caso o sono não chegue logo e de fato não irá chegar o usamos atá e exaustão e quando acordamos a primeira coisa que fazemos e colocar a mão no aparelho e recomeçar o dia da mesma maneira de sempre, abrir os olhos não e focar nas atitudes alheias e apontar os erros dos outros, abrir os olhos e voltarmos a nossa atenção para o que somos e o que estamos fazendo das nossas vidas, é hora de todos nos abrirmos os olhos.


O companheiro que mata



Eu tinha apenas nove anos de idade no dia da morte do meu avô. Até então eu não conhecia a morte como o fim da existência humana e na minha maneira de pensar tudo na vida passava e realmente passou, passaram dias, meses e anos para que eu me conformasse com a morte dele.
Naquele triste dia, todos estavam presentes no funeral, meus familiares, amigos e até desconhecidos vieram de todas as partes para tomar conhecimento da causa de uma morte tão inesperada. Naquela madrugada o silêncio foi soberano, no meio de toda aquela multidão, e quando alguém exprimia o pensamento, fazia-o em murmúrios, lamentando a morte daquele que trazia no olhar uma enorme vontade de viver.
Mais tarde compreendi que o seu maior inimigo na vida também havia sido o seu maior companheiro, entre um café e outro ele estava presente, num diálogo entre amigos, num fim de noite e mesmo na sua solidão a pensar nas coisas mais simples da vida, o seu companheiro permanecia sempre presente, eram inseparáveis.
Até que com o passar dos anos, o cultivo desta árvore deu seus frutos, um câncer nos pulmões estava a roubar-lhe as forças, a virilidade e todo o seu tempo, não fazia mais nada do que estar sentado, pois ate a mais simples atividade já lhe reduzia a quase nada, foi assim ate ouvir de um médico que o seu maior companheiro o estava a matar pouco a pouco e que já não lhe restava mais do que algumas semanas de vida.
Passadas essas semanas, o meu avô encontrava-se estirado em uma cama, coma cabeça apoiada nos braços de minha mãe e com os olhos cheios de lagrimas a despedir-se da família da maneira que lhe era possível, ao levantar a mão e acenar com os dedos um discreto e frágil adeus, sem pronunciar uma única palavra, tendo um fim lento e doloroso.
E o companheiro de sempre que lhe tirou a vida antes do tempo ainda esta entre nós e cada vez mais presente na vida de milhões de pessoas. O Cigarro é assim, muito bom, até sentirmos no corpo o grande mal que nos causa e principalmente às pessoas que mais amamos.


Carta Premiada, Ricardo Ferreira Barbosa, Lisboa.




As tragédias deste nosso Mundo

Esta carta foi publicada no domingo do dia 25 de setembro de 2005. Um ano em que dedicava grande parte do meu tempo a leitura, era sagrado, nos finais de semana minha presença nos cafés e bares da cidade, onde entre uma bebida e outra eu lia as noticias do mundo, muita se falava na dificuldade que a sociedade vinha vivendo. e em Portugal não era diferente, depois da Euro 2004 em que Portugal não foi Campeão perdendo o jogo da final para a Grécia por 1x0 as coisas começaram a cair, havia pouco trabalho, pois as estações de metro, hotéis, estádios, condomínios habitacionais e estradas já estavam construídos começamos a viver uma crise que se arrastaria por muitos anos, a mais de 10 anos estou vivendo no Brasil novamente e acredito que por lá ainda restam pessoas que reclamam das condições de vida, alias, as pessoas estão sempre reclamando.


As tragédias deste nosso mundo



Como a fome pode atingir milhões de pessoas no mundo? Quando há no planeta comida em quantidade suficiente para acabar com a fome nos países mais desprovidos.
Como o analfabetismo mantém os seus números sempre elevados? Quando é do conhecimento de todos os governantes que a educação é a solução de muitos problemas sociais.
Como a violência consegue continuar a crescer? Quando os esforços para melhorar a segurança são prioritários e a paz no mundo uma busca comum entre todas as nações.
Como o racismo e o preconceito encontram espaço no nosso meio? Sendo todos os seres humanos iguais aos olhos de Deus e da sociedade.
Como o ódio e a discórdia conseguem destruir uma família? Sendo a família o maior símbolo do amor neste mundo e os filhos o bem mais precioso que podemos ter na vida.
Milhões de toneladas de comida e medicamentos são deitados fora todos os anos por perderem a validade nos depósitos e armazéns do mundo inteiro. Tudo para que? Para manter a economia em alta? Onde fica a necessidade das pessoas?
Onde vai parar o respeito para com o próximo? E o direito à vida?
E admirável a forma como é escrita a constituição, os planos de governo e as reformas que deveriam fazer a diferença. Mas por outro lado os resultados só provam que, o que está escrito não é para todos.
A incompetência, daqueles que buscam nas palavras desculpas e explicação para tudo, é visível. Mas não devemos nos preocupar, pois, a solução para os problemas do país irão voltar a aparecer nas palavras e promessas ano após ano, governo após governo.


Carta Premiada, Ricardo Ferreira Barbosa, Lisboa.


Caro Leitor
Esta sua carta aborda várias questões que a todos deveriam preocupar. Coloca preto no branco problemas que muitas vezes nos limitamos a dizer nas entrelinhas. Diz alto e bom som coisas que muitos apenas dizem em voz baixa. Mas nestas coisas, como aliás em muitas outras, não basta apenas falar. Porque, como diz aquele famoso anúncio do “Montepio Geral”, muitas vezes falamos, falamos, falamos, mas não fazemos nada. Por isso é preciso agir. E não pensar que os governos, os políticos têm a solução para todos os males. Porque muitas vezes bastam pequenas coisas para mudar as mentalidades.
Um abraço
Jorge Araújo (Escritor e Redator)

A magia de um amor verdadeiro

Essa carta foi publicada no domingo do dia 11 de setembro de 2005, faziam exatos 4 anos que havia acontecido a grande tragédia que foi o atentado nos Estados Unidos que deu um fim a milhares de vidas, a derrubada das Torres Gêmeas.  Meu casamento não vinha bem acredito que pouco tempo depois tenha chegado ao fim, creio que meses, quando escrevi esta carta tentávamos ainda acertar as coisas, e de certa forma foi um agradecimento de minha parte, hoje, casado novamente e com uma família linda, paro e penso nas voltas que a vida dá e que o fim de algo, pode ser o começo de algo ainda maior, recomeçar não é ruim desde que saibamos aceitar e perder, perdi muitas coisas na vida que contribuíram para o meu desenvolvimento, ganhei outras na vida que são lindos presentes, entendo que são recompensas, pela paciência e perseverança, espero que apreciam a leitura.


A magia de um amor verdadeiro



A semente do amor plantada em nossos corações explodiu, e as suas raízes firmaram-se dando origem aos ramos que cresceram  em forma de sorrisos e olhares, era quase impossível escondermos o sentimento que estava estampado nos nossos rostos. Estávamos apaixonados. E foi numa linda noite de novembro que nos beijamos pela primeira vez, já não posso contar nos dedos os anos que vieram depois deste dia, mas recordo-me como se fosse ontem. Depois de leva-la a casa ficamos hora a falar, dos amigos, da escola e dos sonhos que tínhamos em comum. A noite caia lentamente e o tempo seguia os mesmos passos. De repente o meu coração ganha um ritmo acelerado, sem pensar caminho na direção dela e ao abraça-la beijo-lhe a boca suavemente, com um certo receio, que desapareceu logo que senti que a sua vontade era tão grande quanto a minha. Abraçados nos entregamos um ao outro e não foi necessária nenhuma palavra porque o momento que vivemos já era esperado com grande ansiedade por nós os dois. Hoje somos casados e como fruto desta união nasceu a pequena Raquel, uma linda menina cheia de saúde e alegria, e escrevo esta carta em agradecimento à minha esposa, pela paciência e pelo esforço que tem feito para que nossa união permaneça da melhor maneira possível, a cada dia que passa reconheço ainda mais a grande importância que a minha esposa tem na minha vida, cuidando de mim e de toda a nossa família, é com muito carinho que ofereço essas palavras a ela.

Carta Premiada Ricardo Ferreira Barbosa, Lisboa.

Caro Leitor
O Ricardo é, sem dúvida, um homem de sorte. Nem toda gente tem histórias como a sua para contar. Histórias de amor que aquecem a alma e o coração, que nos embalam o dia-a-dia que nem sempre é azul. No fundo, nem todos vivemos histórias com o final feliz. No mundo como o de hoje em que grande parte das relações amorosas se esfuma num abrir e fechar de olhos, o facto de sua história de amor durar à tanto tempo é quase um ‘Case Study’. Na sua carta avança com parte da receita da felicidade – uma mão cheia de afectos é a via verde para uma grande felicidade. Continue assim. E continue a manifestar à sua esposa o grande amor que sente por ela. E como gosta de dizer um artista são tomense meu amigo, façam o favor de ser felizes.

Um abraço
Jorge Araújo (Escritor e Redator)

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Domingo Magazine

A Domingo Magazine a revista semanal que é complemento do jornal Correio da Manhã que tem uma edição diária. Nesta carta fiz uma homenagem a revista e os editores acabaram por publicar na edição de número 9549 do Correio da Manhã de domingo dia 17 de julho de 2005. Foi num domingo como outro qualquer, estava eu no café Oasis quando comprei os jornais e algumas revistas, pedi um café com cheirinho de Bagaço como fazia nos finais de semana, e fui folhear as revistas deixando a Domingo Magazine para o final, quando passei as primeiras paginas, dei de cara com nome assinando mais uma postagem e como sempre foi uma alegria enorme, mais esta publicação, que sempre me motivou a escrever mais e mais...


Domingo Magazine



Nenhum dia é tão simples a ponto de não nos oferecer um momento especial, pois são nas pequenas coisas, muitas vezes ignoradas pelo cuidadoso olhar da sociedade, que encontramos a grande diferença. Pessoas simples e pessoas com sucesso na vida são postas lado a lado quando confrontadas com a realidade que se vive diariamente, e nesse meio onde a verdade tem vários rostos distintos, encontramos uma revista séria e grande que partilha com milhares de pessoas a vida como ela é: Triste e alegre, fácil e ao mesmo tempo difícil. Uma revista que procura fazer a diferença na vida de cada um de nós individualmente, para que no tempo certo possamos colher o que a sociedade possa vir a dar aos seus filhos. Uma revista que reflete em todos nós a vida daqueles que, apesar das dificuldades, lutam por uma vida melhor, daqueles que, apesar do azar do destino, lutam para reencontrar a alegria que perderam, e daqueles que apesar do sucesso, voltam os olhos para os menos favorecidos. Quando escrevemos transmitimos em palavras os nossos sentimentos mais profundos e toda a satisfação de estarmos a contribuir para a construção de um mundo melhor. E nas palavras dos jornalistas, do editor e de todo o grupo que completa à excelente equipe da revista Domingo Magazine, podemos encontrar um exemplo único da força de vontade e determinação que mostra á nossa sociedade que por mais difícil que seja a vida, vale a pena viver cada minuto da melhor maneira possível. Um abraço e os meus parabéns a toda a equipe da Domingo Magazine.

Ricardo Ferreira Barbosa (Almada)

Correio da Manhã

Esta Carta foi publicada e premiada num final de semana de muita alegria na edição de número 9409 do Correio da Manhã. Domingo dia 27 de Fevereiro de 2005. Eu passava grande parte do tempo na Biblioteca Municipal de Almada, qualquer dia vou escrever com detalhes como eram os dias na Biblioteca, enorme, onde havia salas de vídeo que emprestavam DVD's e CD's, cada leitor carregava consigo um cartão de identificação que era apresentado em cada ação realizada, fosse para assistir um filme sentado em uma enorme poltrona preta e com fones no ouvido, ou para pegar livros emprestado para ler em casa, tudo muito organizado alem dos mais os Cafés entorno e dentro do espaço da Biblioteca davam um toque especial ao lugar e era ponto de reunião de muitos jovens.


Correio da Manhã


As manhãs despertam em nós uma sensação de começar de novo e a esperança de um dia melhor surge no momento em que os raios de sol cortam o céu sobre prédios e montanhas anunciando o início de um belo dia. Nas praças, nos cafés, nos transportes e mesmo no trabalho vejo as pessoas numa agitação saudável, comum no nosso dia-a-dia. E ao nosso lado a vida caminha à sua maneira, na ira de um velho ao ler em pormenor a derrota do seu clube, o brilho nos olhos de uma jovem ao ver confirmado o espetáculo do musico que tanto ama, a expressão seria de quem minuciosamente  analisa o mercado, o jovem que marca as ofertas de trabalho à procura de emprego, a senhora que passa grande parte do tempo nas palavras cruzadas, o espanto no rosto das pessoas frente as grandes tragédias que marcam com dor toda a humanidade, a esperança nas grandes descobertas que podem levar a encontrar novas curas, o crime nas ruas, a violência nos lares é a face do medo de uma sociedade que luta para que a juventude se mantenha forte e com grandes propósitos para assegurar o futuro da nação. As informações diárias são fundamentais em nossas vidas, dando nos a conhecer os fatos para entender o mundo e o país em que vivemos e são nessas poucas palavras que tento encontrar maneiras que venham a expressar a minha enorme admiração pelo incentivo, pelo carinho, pela dedicação e pelo maravilhoso trabalho que chega às mãos dos leitores, o meu muito obrigado ao “ Correio da Manhã”.


Ricardo Ferreira Barbosa (Almada)


Caro Ricardo,
Continue atento ao país e ao mundo. Continue atento ao “Correio da Manhã”. Obrigado pela preferência. Um abraço.
Jorge Araújo (Escritor e Redator)


terça-feira, 22 de novembro de 2016

O Tempo na volta pra casa

Esta carta foi escrito na volta do trabalho,  o transito era intenso e muito lento na entrada da ponte 25 de Abril que fazia  a ligação entre Lisboa e Almada, com um caderno de rascunho e uma caneta na mão fui riscando essas palavras e no final de semana foram parar na quarta pagina da revista Domingo Magazine, a carta premiada saiu na edição de nº 9570 do Correio da Manhã, no domingo dia 07 de Agosto de 2005. As vezes paro e penso no quanto podemos aproveitar nosso tempo, na ida e na volta do trabalho, nos domingos de manhã quando levamos as crianças no parque para brincar, 15 ou 20 minutos antes de dormir enquanto esperamos o sono chegar, ler e escrever são atividades excelentes nestas situações.

O tempo na volta pra casa



Sentado num autocarro, cansado depois de mais um dia de trabalho, descanso o meu corpo no lento regresso a casa, enquanto espreito a vida lá fora por detrás de um vidro riscado. No pensamento estão as recordações de uma infância alegre e de uma juventude rica de grandes momentos. Mas aos poucos vou sendo resgatado para o presente e sem forças para manter viva a esperança de reencontrar o meu velho mundo me confronto novamente com a realidade a minha volta. Do lado de fora o transito é intenso, cada ano que passa a mais pessoas e menos empregos, mais violência e menos segurança nas ruas, mais professores e menos interesse em manter os jovens na escola, a educação vai se transformando em luxo, pois a necessidade tem vencido a vontade de estudar, o pequeno agricultor perde o trabalho e também a companhia dos filhos que deixam a pacata vida do interior em busca do sonho de uma vida melhor na grande capital. Um país não é apenas um pedaço de terra, um país e a alma e o coração de cada pessoa que nele vive, que nele trabalha e que por ele luta. Uma pessoa pode parecer não ter nenhuma importância para a sociedade por ter um trabalho simples e uma educação vulgar, mas quando paro e penso vejo que são essas pessoas, o sangue que corre nas veias deste país, o mantendo vivo mesmo nos momentos mais difíceis...


Ricardo Ferreira Barbosa (Lisboa)



Caro Ricardo,
Pela sua carta, pela sua verdade, o prêmio desta semana é seu.
Fernanda Cachão (Redatora)

O Pesadelo


"Esta Carta, foi escrita em um café nas proximidades da casa, em Almada, foi Premiada e publicada na revista Domingo Magazine que faz parte da edição  9591 do Correio da Manhã. Domingo, 28 de Agosto de 2005. Um amigo que trabalhou comigo na faculdade Piaget em Almada a leu antes da publicação e disse com um sorriso no rosto que, a carta tinha grandes chances de ser publicada, e assim foi. Quando no momento oportuno o encontrei ele me aconselhou a ler sempre e jamais parar de escrever, e desde então tenho colhido os frutos de todo o meu trabalho e dedicação e hoje estou vivendo em Uberlândia-MG."


Pesadelo


 O Cansaço levou-me mais cedo para a cama, depois de uma semana difícil e natural o sono roubar-me a lucidez e entre uma imagem e outra, uma recordação ou talvez apenas mergulhado nas minhas mais intimas fantasias, fui-me entregando aos poucos caindo num sono profundo. Novamente as imagens regressaram só que agora estou no meio de um acidente, e nele vejo pessoas conhecidas morrendo, tento pedir ajuda mas quem me atende diz que perdi o emprego; corro em desespero mas ninguém me vê, porque todos fogem de algo também e só vejo desgraça à minha volta, crianças sofrendo abusos, jovens sendo violadas, mulheres sendo agredidas pelos próprios maridos que um dia lhes juraram amor eterno. Continuo a correr mas a tristeza permanece, o fogo esta em todos os lados, destruindo o verde, queimando aldeias e matando pessoas, jovens na prostituição, na droga, roubando e até matando. Levando o terror para dentro dos próprios lares e a seca castigando plantações e deixando muitos sem água. Quem tem o poder não faz nada, nem sequer os vejo e muito menos sei quem são; já a confiança desapareceu na altura em que a verdade deixou de ser verdadeira. Continuo correndo e me deparo com a fome, o abandono e a violência que quando menos esperamos faz mais uma vitima. De repente acordo, é madrugada e o calor é intenso, o meu corpo esta coberto de suor e o meu coração bate acelerado, olho para o relógio e vejo que ainda são 03:00 horas. E agradeço a Deus por ter sido só um pesadelo e nada mais.

Ricardo Ferreira Barbosa (Lisboa)


 Caro Ricardo
A esperança é a ultima coisa a morrer. Ainda bem que tudo não passou de um pesadelo.
Jorge Araújo (Escritor e Editor)

sábado, 19 de novembro de 2016

As velas ardem até o fim - Sándor Márai

Durante anos o silêncio foi o ator principal no cenário da vida dos personagens desta história, cercados de amor, ódio e incertezas viveram por anos angustiados à espera de um último encontro, que traria a tona lembranças de um tempo remoto, e a verdade. Se eu pudesse resumir esse livro em apenas uma palavra seria a amizade, pois entre todos os sentimentos que experimentamos é o que melhor compreendemos. Dois amigos que se conheceram na infância e ao longo de 20 anos construíram um relacionamento de cumplicidade envolto em segredos e sob um amor fraternal, dividindo descobertas, sonhos e o amor de uma mulher. Dois homens distintos que se completam, separam-se, por um longo período de 40 anos, Henrik ficou no castelo onde viveu por toda a vida enquanto Konrád regressou dos trópicos depois de uma vida inteira, de certo nada do que pudessem dizer um ao outro mudaria algo em suas vidas depois de tanto tempo, e já no fim de suas vidas a verdade poderia trazer paz e por um fim nas perguntas que nunca obtiveram respostas, porque suas próprias vidas jamais mudariam e durante o tempo que lhes restasse teriam que conviver um com o outro e nos caminhos que escolheram.

O livro nos traz uma reflexão sincera sobre os valores de uma amizade e sobre as escolhas que fazemos ao longo da vida, esse historia começa no século XIV e se estende ao século XX, mas todos os fatos e as formas como acontecem, são idênticas aos dias de hoje. Porem a diferença esta no olhar da sociedade, e sempre, esse olhares serão levados em conta, porque vivemos em sociedade e porque que sejamos indiferentes a opinião das outras pessoas, estamos sujeitos aos efeitos que nossas atitudes provocam no nosso meio. Talvez por essa razão a fug tenha sido a escolha mais fácil de Konrád e do mesmo modo Henrik tenha encontrado na solidão e no silêncio um abrigo e ao mesmo tempo uma maneira segura de conter a sua ira. Dois amigos que dividiram o amor de uma jovem e linda mulher, cujo nome ficou em suas mentes, sendo lembrado no silêncio, entre uma música e uma taça de vinho, ecoando no tempo e na saudade, na eterna saudade, Krisztina, quantas vezes roubaste noites de sono, quantas lagrimas não se formaram por razão da sua ausência, quais foram suas palavras e seus últimos pensamentos. Esse livro me envolveu desta forma porque em algum momento da minha vida eu também me perdi, em algum momento eu optei pelo caminho mais fácil e perdi a oportunidade de perdoar e ser perdoado. E, as palavras do general, em um trechos de Sándor Márai, nos falam da vida desta forma: “ Uma pessoa compreende o mundo pouco a pouco e depois morre. Compreende os fenômenos e a razão das ações humanas e depois morre”.
A versão do livro que lê foi uma tradução direto do Húngaro por Maria Mgdolna Demeter, a primeira edição é de outubro de 2001 e tive o privilégio de ganhar um exemplar da 16ª edição no ano de 2008, da editora Dom Quixote de Portugal, o que eu achei interessante e que a tradução do título do livro em Portugal, ficou bem mais próximo do original, “ A Gyertyák csonkig égnek” que no português de Portugal ficou “ As velas ardem até o fim. No Brasil o livro foi lançado pela Companhia das Letras no ano de 1999 com a tradução de Rosa Freire D’Aguiar intitulado “As Brasa”, como o idioma do autor é muito difícil, o mesmo permitiu que a tradução fosse feita do italiano para o Português, na Espanha o livro foi recebeu o nome de “El último encuentro” e nos Estados Unidos, “Embers”. Sándor Márai nasceu na cidade de Kassa uma pequena cidade da Hungria seu nome de batismo é Sándor Károly Henrik Grosschmid de Mára, filho de uma advogado e uma professora se tornou um dos maiores escritores da língua húngara, em 1928 foi viver em Krisztinaváros um pequeno bairro de Budapeste, e em 1948 abandonou definitivamente o seu país, passando por Suíça e Itália até que em 1952 se instalou  em Nova Iorque nos Estados unidos, onde posteriormente recebeu a sua nacionalidade. Sándor Márai se casou com Lola Matzner em 1923 e viveram casados por 62 anos e 3 meses, ate a morte da esposa, tiveram um filho biológico Kristof Márai que viver pouco mais de 1 mês e tiveram um outro filho adotivo János Márai que morreu aos 46 anos um ano após a morte da Mãe. Alguns anos depois, sozinho, viúvo, com câncer em estado avançado, quase cego e esquecido, Marai se suicidou em 21 de fevereiro de 1989 em sua casa em San Diego na Califórnia.
Um livro são fragmentos de vidas, mesmo que história nada tenha a ver com a vida do autor, outras vidas se identificam com os personagens criados pelo escritor, gostaria de citar alguns detalhes que me chamaram muita atenção nesta história, entre eles o nome do general Henrik que é o terceiro nome do autor, outro detalhe foi o nome da mulher que foi o centro da atenção de Henirk e Konrád, Krisztina é o início do nome do pequeno bairro que o autor viveu em Budapeste, Krisztinaváros. Uma outra curiosidade que pesquisei foi o significado do nome de Konrád, que é um nome alemão e significa “ conselheiro honesto. É claro que tudo pode ser apenas coincidência, mas esses fatos não deixam de estarem ligados por algum motivo ao autor. Essa história nos transporta a um universo magnifico, onde percebemos que as palavras por si só não revelam a verdade a nossa respeito, através delas ocultamos o que pensamos e mentimos sobre o que queremos ou fazemos.
“ Evitar se envolver ou experimentar os prazeres da vida para não correr os riscos que os mesmos nos reservam e não se entregar a vida é o mesmo que se privar do melhor que a condição humana nos permite, evoluirmos, crescermos, aprendermos e por que não mais.”
“ O que é que se pode perguntar das pessoas com  palavras? O que vale a resposta que uma pessoa dá com palavras e não com a realidade da sua vida? Vale pouco. São poucas as pessoas cujas palavras correspondem por completo a realidade das suas vidas. Talvez esse seja o fenômeno mais raro da vida.
Essas duas citações acima são trechos do livro de Sándor Márai que compartilho com vocês, sobre a história não quero acrescentar muito, mas sobre a impressão que tive do livro e o que ele causou em minha vida tenho a dizer que foi uma experiência impar que mostrou o quanto não estou preparado para as enfrentar as consequências de minhas escolhas, porque penso do dia inteiro em comemorar as minhas vitórias e no êxito de minhas ações, espero sempre um final feliz e carrego uma grande convicções acerca das coisas a meu redor, somos conhecedores da nossa própria intimidade e as vezes nem nos mesmos conhecemos, quanto às pessoas que nos cercam, devemos saber que seus corações são e sempre serão um universo desconhecido e por mais que a convivência nos faça acreditar somos conhecedores da verdade alheia, jamais o seremos, cada ser humano carrega dentro de si segredos e muitos destes segredos são enterrados no fim da vida junto com os corpos que os aprisionaram durante todo o longo tempo de existência. Fica a dica deste grande livro e desde grande homem que o escreveu e que por razões que desconhecemos se desfez da vida. 

Ricardo Barbosa
Pitaco Literário